Sete em cada dez trabalhadores atuando por conta própria, com ou sem CNPJ, gostariam de mudar de emprego para uma vaga que oferecesse vínculo empregatício. Quando considerados todos os trabalhadores informais – aqueles que não possuíam nenhum tipo de registro oficial, incluindo os trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, empregadores e trabalhadores por conta própria sem CNPJ, 87,7% afirmaram que gostariam de se formalizar, seja via carteira assinada, seja através de registro. Os dados são da Sondagem do Mercado de Trabalho, produzida pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
“É mais gente trabalhando por necessidade (nesse tipo de de ocupação) do que por uma vontade própria”, diz o coordenador e responsável técnico pela pesquisa do Ibre/FGV, Rodolpho Tobler.
Entre os trabalhadores informais ouvidos pelo Ibre/FGV, o desejo de formalização era maior entre os que recebiam menores rendimentos: 89,5% dos informais com renda mensal até dois salários mínimos preferiam migrar para um trabalho com carteira assinada ou CNPJ, ante uma fatia de 75,8% entre os que ganhavam mais de dois salários.
Para o coordenador do Observatório da Produtividade Regis Bonelli do Ibre/FGV, Fernando Veloso, apesar da melhora recente em indicadores do mercado de trabalho, como a redução na taxa de desemprego, os resultados da nova sondagem mostram um retrato mais fiel da situação de parte significativa dos trabalhadores brasileiros.
“Renda baixa, muita volatilidade, baixa proteção social, então acho que é um quadro mais nítido que o mercado de trabalho está mostrando”, opina Veloso. “O que os resultados estão mostrando é ainda um grau de vulnerabilidade bastante grande, uma quantidade muito grande de trabalhadores por conta própria ou sem registro querendo se formalizar ou querendo ter vínculo com empresa, para ter acesso seja a benefício seja a uma renda mais estável. Há uma preocupação grande também com a remuneração baixa. Por trás desses números mais agregados do mercado de trabalho que mostram o desemprego caindo, eu acho que isso está revelando ainda uma fragilidade bastante grande”, acrescenta.
O estudo identificou ainda que, entre os trabalhadores por conta própria atuando sem qualquer registro ou mesmo os registrados com CNPJ, apenas 30,4% prefeririam manter-se na situação atual do que mudar para uma vaga de contratado por uma empresa pública ou privada. Entre os demais 69,6% que preferiam a mudança, os principais motivos apontados foram o desejo de ter rendimentos fixos (33,1%) e o acesso a benefícios que as empresas costumam dar (31,4%). Outros 5,1% apontaram outros fatores.
O trabalho por conta própria, que abrange pouco mais de 25% de toda a população ocupada no País, foi a saída encontrada por pessoas que perderam seus empregos em um momento de crise sanitária e atividade econômica mais fraca, mas que não conseguiam voltar ao mercado de trabalho de outra forma, justifica Rodolpho Tobler. A vontade de mudar de emprego também reflete uma insatisfação com a renda, uma vez que a renda média de quem trabalha por conta própria costuma ser mais baixa que em ocupações com vínculo empregatício.
“As pessoas acabaram ficando muito tempo fora do mercado de trabalho, então acabou sendo uma porta de entrada para voltar a trabalhar”, diz Tobler.
Entre a minoria que preferia permanecer trabalhando de forma autônoma, o fator mais mencionado foi a preferência por flexibilidade de horário (14,3%), seguido pelos que acreditam que, na ocupação atual, conseguem ter rendimentos maiores (11,9%).
O desejo de trocar o trabalho de conta própria por outro com vínculo empregatício foi mais presente entre quem ganhava menos: na faixa que recebia até dois salários mínimos mensais, 74,9% preferiam mudar de trabalho para ter um vínculo empregatício, enquanto entre os que ganhavam mais de dois salários mínimos mensais essa fatia era de 56,7%.
O universo de trabalhadores atuando por conta própria no Brasil somava 25,410 milhões de pessoas no trimestre de agosto a outubro, montante também ligeiramente abaixo do pico alcançado no trimestre imediatamente anterior, calculou a Pnad Contínua do IBGE.
Apesar do desejo de melhora, a maioria dos empregados em atividade no País (72,2%) estava satisfeita com o emprego de uma maneira geral. A proporção de satisfeitos era maior entre os trabalhadores registrados (81,3%), entre os que chegaram a cursar ao menos parte do ensino superior (72,1%) e entre os homens (77,2% de satisfeitos, contra 68,1% entre as mulheres).
Dos 27,8% de ocupados que se disseram insatisfeitos, os motivos mais reportados foram remuneração baixa (64,2%), pouco ou nenhum benefício (43,0%) e insegurança por ser um trabalho temporário (23,7%).
“Esse foi um ano de recuperação quantitativa do emprego, a população ocupada aumentou bastante, mas a gente percebe que a renda ainda está num nível abaixo, por exemplo, do pré-pandemia”, lembra Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador sênior da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV.
Fonte: https://economia.uol.com.br
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